A Paróquia de Nossa Senhora da Vitória, que faz parte desta cidade, desde os seus inícios, e tanto influenciou e influencia no universo cosmopolita soteropolitana até hoje, continua sendo uma força religiosa em busca de ser, um local de Mística e promoção humana, celebrando a vida e a fé.
Do ponto de vista religioso, existiu no século XX até nossos dias uma grande demanda para as celebrações sacramentais, quando aferimos a média de 180 celebrações de casamento e 400 batizados por ano!
Em meio à influência católica desde seus primórdios, evocando uma tradição tanto do ponto de vista político, social, cultural bem como religioso do bairro da Vitória, por sua posição geográfica, fez com que a paróquia, a própria Igreja de Nossa Senhora da Vitória centralizasse uma referência desde o início do século XX, com um grande número de atividades pastorais, numa movimentação sacramental, se tornando referência das famílias soteropolitanas de toda a região do Recôncavo Baiano, onde vinham para celebrações eucarísticas, sejam nas festas litúrgicas da igreja, como nas comemorações natalícias, bodas, formaturas, além dos batismos, primeiro eucaristia, crismas e matrimônios, realizados em grande número. Além do tradicional ”Mês de Maio” celebrando o culto Mariano, que sempre foi motivo das famílias virem à igreja às 17 horas de cada dia do referido mês, dedicada à Nossa Senhora da Vitória, enquanto o Coral da Vitória regido, durante 50 anos, por Otília Fiúza animava e ajudava nos louvores a Deus, pela intercessão da Virgem Santíssima, alegrava as tardes do bairro. Estando eternizado nas lembranças dos nossos paroquianos, nascidos e criados na Vitória, Graça, Barra, Canela, Campo Grande, Politeama e redondeza, o “Mês de Maria” era também um local para o encontro de jovens que, trocando olhares, se enamoravam e começavam ali a construção de novas famílias sob o manto sagrado da nossa padroeira.
No ano de 1968, o então arcebispo metropolitano cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales, nomeou o reverendo padre Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, e este acelerou os projetos de evangelização, dando espaço e valorizando o laicato, valorizando as lideranças da paróquia e trazendo as para participarem ativamente da igreja.
Aqui foi implantado o Encontro de Casais com Cristo, que, durante os anos 70, 80 e 90, tiveram influência extraordinária na arquidiocese de São Salvador, bem como em várias dioceses do estado da Bahia, onde os grupos de casais em uma implantar o referido movimento.
Disto nasceu a necessidade de uma igreja voltada para a promoção humana, que se colocava junto à cidade e ao estado, possibilitando atendimento médico-odontológico e num processo educativo das crianças, com a creche de Nossa Senhora da Vitória, situada na rua da Flórida, na Graça, atendendo pela média atual 150 crianças entre entre 3 e 6 anos diariamente das 7 e 30 às 17:00, com apoio da escola paroquial da Vitória, em convênio com a prefeitura municipal de Salvador, onde está que à valorização das crianças, bem como na formação religiosa.
Em 1981, ou então pároco com grupo de casais, entre eles: Nelson e Mary Oliveira, Heitor e Aurora Castro, Armando e Elvira Gago, Clício e Ianê Costa, Élio e Merthe ou Oubinha com apoio de doutor Alexandre da Cunha Guedes e de dona Maria Matilde Soares da Cunha Guedes, que cederam o terreno atualmente de sua propriedade e que no passado servia como estacionamento dos bondes desta cidade. Foram os criadores da feira da fraternidade com outros tantos apoiadores.
Com o trabalho voluntário de inúmeros casais, sempre no primeiro o segundo final de semana do mês de novembro acontece a Feira da Fraternidade, que vem gerando recursos para a manutenção das obras sociais, religiosas e missionárias da paróquia com ênfase para a promoção humana, tão necessária no nosso país.
O pároco Monsenhor Sadoc, de grande eloquência verbal, oratória reconhecido nacionalmente, atraiu por suas boas relações com o mundo da política, das forças econômicas, sociais, artísticas e religiosas de outras matizes, trouxe muitos para a igreja, que se firmou como “paróquia importante”, pois no universo da cidade, por uma origem, nesta região aqui se estabeleceram as forças dominantes da cidade que tem na igreja da Vitória a referência religiosa.
No início do século XXI, fui nomeado pároco pelo então arcebispo cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, no dia 25 de março, festa da Anunciação do senhor, tomando Posse em 8 abril do ano de 2002.
Padre Luis Simões